Antropólogo, prof. Universidade Eduardo dos Santos, pesquisador do projeto kadila
Angola é um país pertencente ao continente africano, localizado na região Austral deste. É composta por 18 províncias e tem uma superfície de 1.246.700km2 .O mesmo passou por uma dura e sangrenta colonização, imposta pelo Império Colonial Português, num período de mais de 500 anos .
O quadro que a seguir apresentamos, espelha algumas datas ou períodos que de certo marcaram e marcam a história de Angola:
Data | ACONTECIMENTO |
1482 | Os portugueses excalavam o território angolano, no estuário do rio congo |
1576 | Ano em que o Império Colonia Português expulsou o Império Holandês do território angolano |
1953 | Fundação do 1° Partido Político em Angola com o nome de Partido Comunista de Angola (PCA) |
1956 | Elementos do PCA e outras organizações como o MINA, MIA, MLA, MLN uniram-se dando origem ao Partido de Luta Unida dos Estados Africanos de Angola (PLUA) |
10/12/1956 | O PLUA, aliando-se ao Movimento para a Independência de Angola (MIA), e a militantes comunistas funda o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA). Porém é importante que se diga que esta versão não é aceite por todos os fundadores…. é uma situação bastante controversa. Porém, esta é versão oficial do próprio MPLA. |
1957 | Fundação da União das Populações do Norte de Angola (UPNA), que viria se transformar em União das Populações do Norte (UPA) |
1962 | Fumdação do Partido Democrático de Angola (PDA) |
Março 1962 | A UPA e o PDA, fundem-se na Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA) |
Junho 1964 | Jonas Malheiro Savimbi, as vestes de Minístro dos Negócios Estrangeiros do GRAE, abandonou a FNLA e funda a UNITA (União Nacional para Independência Total de Angola). Movimento que dois anos depois, isto é, em 1966, viria dar início a luta armada na região Leste, a Sul do caminho de ferro de Benguela |
4/02/1961 | Início da Luta de Libertação Nacional que se prolongou até 1974 |
10/01/1975 à 15/01/1975 | Aconteceu os Acordes de Alvor |
11/11/1975 | Proclamação da Independência Nacional, em plena Guerra Civil, opondo os 3 movimentos de liberação: MPLA, UNITA e FNLA com a participação de forças estrangeiras, nomeadamente as do Zaire, África do Sul, Rússia e Cuba. De fato, o período de transição para a independência de Angola foi marcada por frições ideológicas entre os 3 movimentos que viriam a dar origem a acções armadas com vista à tomada do poder. |
Face a esta situação crítica, os três movimentos nacionalistas comprometeram-se a cooperar para a paz e preservar a integridade territorial de Angola, para facilitar a reconciliação nacional. Para tanto que foram celebrados vários acordos. Em 1976, as Nações Unidas reconhecem o governo do MPLA como legítimo representante de Angola. Em 10/9/1979 em Moscovo o fundador da nação angolana, o Dr António Agostino Neto, sucedendo-lhe o então da planificação, o Engenheiro José Eduardo dos Santos, figura que até momento atual ocupa o cargo de Presidente da República. Em 11/05/1991 o governo angolano publica uma lei que autoriza a criação de novos partidos, pondo desta forma fim ao Regime Monopartidário. 30/05/1991, com a mediação de Portugal, EUA, União Soviética e da ONU, celebraram-se os Acordos de Bicesse (Estoril), terminando assim com a Guerra Civil, marcando as eleições para o ano seguinte, isto é, Setembro de 1992, que viriam dar victória ao MPLA. A UNITA não reconheceu os resultados, e desencadeou uma grande revolta que culminaram reiniciando o conflito armado. De 1993 à 20 de 11de 1994 celebrou-se o Protocolo de Lusaka (na Zâmbia), entre a UNITA e o MPLA. Quase dois anos de negociações para a sua elaboração, e 4 para a sua frustrada aplicação. Dezembro de 1998 Angola retorna ao estado de Guerra Aberta, que viria terminar em 2002 com a morte do líder na UNITA, o Dr Jonas Malheiro Savimbi. 30/03/ 2002, com a morte do líder da UNITA (22/02/2002), as partes beligerantes assinaram o Memorando de Entendimento na parte Leste de Angola, isto é no Lwena (Moxico). Neste ato foram figuras de destaque o General Nunda da parte do Governo (MPLA) e o General Abreu “Kamorteiro” da parte da UNITA. E alguns dias depois assinou-se o Memorando Complementar.
04/04/2002 – Fim da Guerra Civil, ou seja, Cerimónia de assinatura da paz no Palácio dos Congressos (Luanda), assinado pelas chefias militares, nomeadamente: General Armando da Cruz Neto, então chefe do Estado Maior das FAA e General Abreu “Kamorteiro”, chefe do Estado Maior da UNITA
Angola é um país independente hoje, mas para que isso fosse um facto muitos bateram-se em prol disto. Foi assim que reagindo a invasão, os sobas e os reinos dominados, iniciaram uma série de revoltas. As mais importantes revoltas ocorreram no sobado da Kisama, e no sobado dos Dembos que protegiam grupos de escravos fugitivos, do Ndongo, da Matamba, do Kongo, de Kasanje, do Kuvale e do Planalto Central. Das pequenas revoltas, que foram apagadas na história dos vencedores, algumas permaneceram como testemunho da resistência, mostrando que as revoltas nunca cessaram na extensa capitania de Paulo Dias Novais. Eis algumas destas resistências e seus mentores:
1ª – A Revolta de 1570: foi liderada pelo carismático “Bula Matadi”, um aristocrata, que vendo o perigo que corria o seu povo, fez uma guerra de resistência para que não fossem explorados e dominados pelos portugueses. Bula Matadi mobilizou toda a comunidade para expulsar os portugueses do reino do Kongo, com a perspectiva de acabar com as intrigas que enfraqueciam o reino. O governo portugues interviu militarmente ao lado do rei do Kongo, depois de muitas batalhas Bula Matadi foi morto no último combate.
2ª – Resistência no Ndongo: No reino do Ndongo, foi forte a resistência contra a chegada de Portugal. Com o espírito aventureiro, Paulo Dias de Novais procurou o Ngola a fim de se informar das riquezas que havia no Ndongo. Desconfiado das intenções de Novais, não lhe facilitou seu desejo e teve-o preso em Kabasa durante cinco anos. Quando libertou o capitão português, ele regressou ao seu país e voltou alguns anos depois com homens armados, dispostos a fazer a guerra ao Ndongo, a partir da cidade de Luanda, onde se instalou e mandou construir uma fortaleza.